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Brasil ainda sofre com ineficiência da estrutura de logística

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Brasil ainda sofre com ineficiência da estrutura de logística

Burocracia trava avanços em portos, rodovias, ferrovias e hidrovias para escoamento da safra.
Em 2014, o Brasil contabilizou poucos avanços em logística. A eficiência dos portos, a melhora nas rodovias e os investimentos em ferrovias e hidrovias continuam sendo travados pela burocracia.
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É no pico da colheita, no início de cada ano, que a logística brasileira revela todas as dificuldades e o custo para escoar a safra. No ano passado, a BR-163 na região de Mato Grosso seguiu o roteiro de congestionamento e e acidentes no transporte de grãos para os portos do sul do país.

O produtor Jocimar Fachini colheu 55 mil sacas de soja e milho em Luziânia (GO). Em 2014, ele sentiu no bolso o custo do frete, pois ainda não conseguiu construir o próprio silo, que ajudaria nas operações.

– Para Santos (SP) e Paranaguá (PR), o custo do frete de uma tonelada de soja fica entre R$ 140 e R$ 150, muito alto para nós. Se você tem um armazém na lavoura, não tem custo de logística para armazenagem, apenas na hora da venda – conclui o agricultor.

Portos

O setor agropecuário esperava que os investimentos em eficiência avançassem nos terminais portuários públicos em 2014. As licitações foram divididas em quadro blocos, mas o primeiro deles, que contempla o projeto de Santos e os portos do Pará foi barrado pelo Tribunal de Contas da União, que exigiu 19 ajustes.

Quinze deles foram atendidos, mas exigências como uma tarifa teto, por exemplo, não pode ser atendidas pela complexidade das cargas que passam pelos terminais.

– No primeiro semestre deste ano, nós já deveríamos estar com estes editais na rua. Infelizmente, o processo não avançou, o que comprometeu a perspectiva que tínhamos no início do ano – afirma o diretor da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), Fernando Fonseca.

Com o atraso, a preocupação do agronegócio aumenta, já que os investimentos podem ser ainda menores em 2015. O diretor da Antaq assegura que está ciente de que haverá ajustes econômicos neste ano, mas está otimista por acreditar que os investimentos em infra-estrutura são projetos prioritários para o país.

Lideranças rurais afirmam que será impossível que a logística brasileira acompanhe o crescimento do segmento rural.

– O agronegócio cresce no Brasil como uma locomotiva, e o governo anda atrás de nós com uma charrete. Dificilmente ele vai acompanhar as novas demandas por logística – diz o presidente da Associação dos Produtores de Soja do Brasil (Aprosoja Brasil), Almir Dalpasquale.

Burocracia

A burocracia é outro problema que atrapalha os investimentos nos portos. E em 2014, não foi diferente. Segundo o diretor-executivo do Movimento Pró-Logística, Edeon Vaz Ferreira, o governo tem criado muitas dificuldades no setor, enquanto o setor privado estaria pronto para investir, principalmente em portos.

– Para você conseguir uma licença ambiental no Estado do Pará leva dois anos, é um absurdo. Você tem um porto ao lado do outro e acaba tendo que refazer ou fazer o mesmo projeto cinco ou seis vezes – exemplifica Ferreira.

No caso das ferrovias, o modelo que atende o setor e cria concorrência para preços mais atrativos não evoluiu, pois os investidores exigiram garantias para participarem das concessões. Uma delas será a criação de um fundo garantidor, criados apenas no final de 2014, diz o diretor-executivo do Pró-Logística.

– Esperamos que no primeiro semestre do ano isso venha a ser licitado e comece uma nova fase das concessões ferroviárias – diz ele.

Mesmo diante de tantos problemas, a Aprosoja Brasil acredita que 2014 pode ser considerado como exemplo de avanço da logística. A opinião não é partilhada pelo representante do Movimento Pr- Logística, que vê pouco progresso em rodovias e ferrovias e apenas estudos em hidrovias.

Perspectivas

A expectativa para 2015 é de investimento em todos os segmentos. A ideia é que retrocessos sejam evitados, como no caso da hidrovia Tietê Paraná, que teve suas atividades paralisadas em 2014, por causa da seca e da falta de planejamento.

– Isso gerou um prejuízo para o produtor de R$ 37 milhões, o fato de termos tirado o uso desse modal e termos jogado tudo isso em caminhão – avalia Edeon Vaz Ferreira.

Para que o cenário das hidrovias seja diferente em 2015, ele sugere que sejam colocados em prática os estudos de viabilidade técnica, econômica e ambiental concluídos em 2014 pelo Ministério dos Transportes.
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