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Soja: Mercado preocupa produtor

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Soja: Mercado preocupa produtor Até a safra passada, o clima era a maior preocupação de nove entre dez produtores ao iniciar mais um ciclo. O temor, como explica o presidente da Câmara Setorial da Soja, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Glauber Silveira, é mais que legítimo, porque na semente colocada na terra está toda a esperança de uma safra e da renda desejada. Porém, nesse ciclo que acaba de se iniciar com o plantio da oleaginosa em Mato Grosso, a maior preocupação do produtor é com o mercado, com o preço. “Há muito tempo não víamos um cenário tão assustador, não só pelo preço da soja, mas também pelo custo de produção”.
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Em momentos como esses de custo alto – e com tendência a subir com possíveis problemas fitossanitários – e preço baixo – e com tendência à pressão baixista – é preciso fazer uma gestão muito eficiente do manejo da lavoura. “Os produtores terão de ter uma precisão quase que cirúrgica na condução da lavoura, pois isso pode significar uma redução de 4 a 6 sacas/ha no custo”

Conforme o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), o custo total desta safra de R$ 2.404,47/ha, exige a cautela, tanto no plantar quanto no vender. Com custo recorde e produtividade média aguardada em 52,4sc/ha, os preços de paridade para março/15 próximos a R$ 37,50/sc tornam a lucratividade desta safra inexistente. “A estes preços, apenas o custo com os insumos de R$ 1.458,71/ha poderia ser pago pelo produtor mato-grossense”. O cenário atual lembra em muito o vivenciado na safra 2004/05, quando a alta do dólar em plena aquisição de insumos elevou o custo de produção, juntamente com a severidade da ferrugem asiática, doença pouco conhecida naquele momento. Há dez anos, teve início a maior crise do segmento no Estado, afetando outros produtores nacionais, deste século.
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Como explica Silveira, a safra norte-americana se consolida como a maior de sua história, mais de 100 milhões de toneladas, e o frio que poderia atrapalhar a colheita não ocorreu até agora. E além de produção recorde de soja e milho nos Estados Unidos, na América do Sul as perspectivas são de aumento de área com clima favorável. “A soma destes fatores não poderia dar em outro resultado: produção alta, oferta sobrando e preços baixando”.

GESTÃO – Como frisa, ao que tudo vem indicando e se consolidando até o momento, as chances de preços perto do que o produtor deseja está cada dia mais distante. “Por isso, o que nos resta neste momento é racionalizar. Muito produtores, inclusive, já estão tomando suas providencias para diminuir custos. Uma das alternativas é a racionalização do fertilizante, afinal foram vários anos de preços bons e com isso o produtor que investiu em adubação pode nesta safra reduzi-la mantendo a produtividade”. De forma geral, na região Centro-Oeste, os produtores colocam de 80 a 100 pontos de fósforo e potássio, quantidade suficiente para altas produtividades. A pesquisa já mostrou que a redução na adubação após várias safras de boa adubação, pouco interfere no resultado. “Em Mato Grosso, os custos de adubação estão, em média, US$ 224/ha. Com a soja a US$ 16 a saca, o custo fica 14 sacas por hectare e neste caso um ajuste na adubação onde se tem reserva no solo pode ser uma opção”.

Ele relata o seu susto ao fechar o desembolso com os defensivos. “Na primeira cotação ficou em U$ 250/ha. Após muita briga os custos caíram para U$ 220/ha, ou seja, US$ 30 a menos e isto hoje significa quase duas sacas de soja por hectare. Impressionou-me a quantidade de aplicações de inseticidas recomendadas ou previstas que vão de sete a dez aplicações. Realmente precisamos juntar esforços para reverter este cenário de defesa vegetal”.

Como ele argumenta, o manejo adequado da lavoura pode significar economias importantes em um ano como este. Qualquer aplicação de inseticida significa uma saca de soja a mais por hectare de custo. “É fundamental monitorar e fazer o controle adequado para se evitar a reaplicação. O mesmo ocorre com os herbicidas e fungicidas, qualquer vacilo do produtor significa custos a mais. E nesta safra, se o produtor não zelar pela eficiência no manejo da lavoura a cada erro verá sua renda ficar cada vez menor. Por outro lado, com uma boa gestão o produtor ao invés de aumentar os custos em 2 a 3 sacas/ha, poderá reduzi-los”.

Há poucos anos fertilizantes, defensivos e sementes significavam custos em torno de 22 a 24 sacas/ha. Nesta safra, porém, representam de 32 a 36 sacas/ha, “isso sem considerar custos operacionais como plantio, colheita, transporte, mão de obra, aplicação de defensivos, prestação de máquinas e equipamentos, depreciação arrendamento e etc. Somando tudo isto e com os preços atuais, já amargamos um prejuízo de 3 a 6 sacas/ha”.

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