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Mato Grosso: Ferrugem já está presente

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MT: Ferrugem já está presente
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O plantio da nova safra de soja, em Mato Grosso, mal começou, mas o novo ciclo já tem três casos de ferrugem asiática, doença tão precoce quanto à oleaginosa. As ocorrências, confirmadas e registradas no site do consórcio antiferrugem, foram feitas pelo coordenador da Comissão de Defesa Sanitária Vegetal do Ministério da Agricultura em Mato Grosso (CDSV/Mapa), Wanderlei Dias Guerra.

Os focos foram detectados no dia 18 em Campo Verde e nesta quarta-feira (24) em Sapezal e Campo Novo do Parecis, todos em plantas guaxas, aquelas que germinam, de forma voluntária após o período de colheita, nas margens das rodovias e ao lado das áreas produtivas. “Durante o Vazio Sanitário estive nos principais municípios produtores e já alertava para a chegada da doença mais cedo nesta safra devido ao volume de guaxas com esporos ativos. Agora, ao retornar aos mesmos lugares nesse início de safra, creio que daqui para frente vou encontrar muita planta com a doença”, frisa Dias Guerra.

O registro da ferrugem ativa, ontem, em Campo Novo dos Parecis (396 quilômetros ao noroeste de Cuiabá), por exemplo, foi feito ao lado de 7 mil hectares de soja. “Imagina o perigo disso para esta lavoura?”, questiona.

Mesmo não sendo casos de ferrugem em lavouras comerciais, o coordenador explica que registros como esses, em guaxas, são muito importantes. “Essas plantas ficaram vivas, vegetando e com ferrugem ativa em toda a entressafra, já mostrei isto antes. Nos anos anteriores eu via ferrugem nas guaxas, mas ela diminuía no fim da seca e só reiniciava o ciclo em outubro. Este ano foi diferente, ela se multiplicou em toda entressafra”, avalia. Para ele, o aumento de soja safrinha em Mato Grosso agravou o problema. “Nesse contexto {de safrinha de soja} as guaxas assumem importância muito maior, pois são elas que hospedam a ferrugem que sobreviveu à safra e à safrinha, esporos muito menos sensíveis aos fungicidas do que àqueles que chegaram às lavouras na safra passada”, completa.

Com a doença em plena atividade e diante da fragilidade da nova safra que começa a tomar conta dos campos mato-grossenses, Dias Guerra chama à atenção para importância vital do monitoramento nas lavouras desde antes do florescimento e para realização de pulverizações preventivas

O LADO BOM – Dias Guerra conta Campos de Júlio – também ao noroeste de Cuiabá – na safra passada registrou um dos primeiros focos de ferrugem asiática em lavoura comercial do Estado. Neste ano, ao retornar esta semana teve uma surpresa. “Graças ao empenho do secretário municipal de Agricultura e Meio Ambiente, Ademir Rostirolla, encontrei uma situação bem diferente. Depois de minha visita, antes do início do Vazio, a prefeitura assumiu para si a responsabilidade em eliminar as guaxas da zona urbana e arredores. Excelente o trabalho, parabéns pelo feito, isto é entender que a agricultura, a soja em especial, é a base da economia regional”.

COBRANÇA – Depois de consenso durante uma reunião em agosto que apontou para necessidade de se antecipar o Vazio Sanitário da soja em 60 dias, a partir do ano que vem, Dias Guerra, cobra agilidade do Instituto de Defesa Agropecuária (Indea/MT), responsável – caso se confirme a alteração – pela normatização do novo calendário, cuja proibição começaria em 15 de abril e não mais em 15 de junho. “O Indea/MT caminha a passos lentos, já que há mais de um mês ‘consensuamos’ pela restrição do plantio de soja sobre soja a partir da antecipação do Vazio, como forma de reduzir os ciclos da ferrugem e a pressão na seleção aos fungicidas, e até agora nada saiu do órgão”. Como defende Dias Guerras, a prática da safrinha de soja vai inviabilizar a produção do grão no Estado, já que aumenta a pressão de pragas e doenças no ambiente, passando de uma safra para outra. Isso exige a utilização cada vez maior de defensivos. “Temos um uso indiscriminado de moléculas que vão perdendo a eficiência por serem sempre as mesmas, um grande aumento de custos e uma queda considerável de rendimento por hectare. Esse tripé de consequências não traz qualquer retorno financeiro ao produtor”, argumenta.

MAIS PROBLEMAS – Além da soja guaxa, o milho guaxo também está se tornando um problema, por mais uma safra. “Eles estão nascendo por toda a parte, um dilema para os técnicos e produtores. Ao mesmo tempo em que ajudam na cobertura do solo pela palhada, também multiplicam pragas diversas, como as lagartas Spodoptera e Helicoverpa que logo vão saltar para a soja. Então, já que a situação existe, é preciso monitorar a lavoura desde o início e fazer os controles quando necessário. Se o guaxo for Bt pode agravar a resistência das lagartas à tecnologia e dificultar o controle”.

Diário de Cuiabá
Autor: Marianna Peres

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