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“De que adianta uma produção de 90 sacas de soja se a rentabilidade caiu 40%”

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Valores atuais não superam a casa dos R$ 56 por saca e produtores do Rio Grande do Sul pretendem estocar a soja até maio
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Bruna Essig, de Tupanciretã (RS)
A colheita da soja avança no Rio Grande do Sul. A expectativa de todas as consultorias, entidades e produtores é que o estado obtenha a maior safra de sua história. Mas, o que era para ser uma comemoração se tornou uma imensa dor de cabeça, pois com os preços baixos atuais a rentabilidade dos sojicultores caiu pelo menos 40% nesta temporada.

Alguns produtores de soja do noroeste do Rio Grande do Sul estão alcançando uma produtividade média acima de 90 sacas por hectare nesta temporada. Isso demonstra que a expectativa sobre a produção recorde de 17,5 milhões de toneladas esperada no estado não é precipitada.

Esta região já colheu pelo menos 30% do esperado, mas alguns produtores estão bem mais avançados que isso, como é o caso do sojicultor Armindo Mugnol, do município de Tupanciretã (RS). Graças ao clima favorável 70% da área da oleaginosa plantada por ele, de 1,4 mil hectares, já foi colhida. Tudo certo com a produção, com o clima, mas para variar algum fator sempre atrapalha os planos dos agricultores, neste caso foi o preço de venda. “O preço médio por aqui anda em torno de R$ 56 reais a saca. Teríamos que ter um preço de no mínimo R$ 80 para tornar a soja viável”, afirmou Mugnol.
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O produtor disse que vai esperar o máximo que puder para vender a produção, mas as contas já começaram a chegar. “Logo chegará a época do pagamento dos custeios, financiamentos de máquina, correção de solo, e por ai vai. Teremos que vender esta soja para pagar os gastos”, disse ele, que vai aguardar os preços melhorarem e armazenar o grão na propriedade. “Temos armazenagem própria, então conseguimos agregar mais R$ 5 por saca.”

O representante dos produtores da região, Almir rebelo, presidente do Clube Amigos da Terra de Tupanciretã, diz que a realidade de Mugnol é a de muitos agricultores da região. “A produtividade poderá até ser maior do que estas, mas o preço a R$ 56 por saca. De que adianta uma produção de 90 sacas de soja se a rentabilidade caiu 40%”

Para o presidente a expectativa é que o cenário melhore do meio do ano para frente, apesar do alerta dos analistas de mercado sobre o assunto. “Tem a esperança de quem sabe uma comercialização melhor a partir de maio, junho. Assim podemos recuperar alguma coisa em cima dessa perda que hoje é altamente significativa, praticamente inviabilizando que o produtor pague suas contas se tivesse que vender hoje”, finaliza Rebelo.
http://www.projetosojabrasil.com.br/

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