Notas
Produtor de soja ainda tenta reduzir seu custo
Após cerimônia que marcou o início do plantio de soja no país nesta safra 2014/15, realizada ontem em Dourados (MS) com a presença otimista do ministro da Agricultura Neri Geller, produtores rurais e analistas demonstraram preocupação para calcular os ganhos ou, em casos mais pessimistas, as perdas financeiras que poderão ter com a colheita. Apesar de alguns apostarem em uma melhora dos preços para a saca de 60 quilos da oleaginosa, a sensação geral é de apreensão e dúvida.
Segundo Mauro Osaki, pesquisador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da Universidade de São Paulo (Cepea/Esalq), considerando a cotação do dólar a R$ 2,45 e o preço da soja na bolsa de Chicago em US$ 10 por bushel, o produtor de Sorriso, no norte mato-grossense, grande polo produtor da cultura, precisará produzir 46 sacas por hectare para compensar um custo operacional estimado em R$ 1,7 mil por hectare. E com um tímido recuo para US$ 9 por bushel essa produção teria que ser elevada para 54 sacas por hectares, mantendo-se a mesma despesa.
«Toda a safra 2013/14 foi positiva e conseguimos pagar depreciação e custo da terra. Mas, agora, a expectativa de margem do produtor rural vem caindo e o custo operacional já aumentou em 20% o custo operacional da safra 2008/09 para a 2014/15», disse Osaki. «Isso quer dizer que temos de monitorar um pouco mais o mercado e que a margem de erro por produtor terá que diminuir.»
Osaki avalia que não existe hoje nenhuma previsão técnica que aponte para uma reversão desse cenário, uma vez que a projeção para a incidência de chuvas é otimista, o que descarta a possibilidade de a soja se aproximar da cotação de US$ 12 por bushel, como na safra anterior.
Paulo Molinari, analista da Safras e Mercados, é mais otimista e vê a próxima safra como temporada de adaptação para o produtor. Ele alerta para a possibilidade de um câmbio mais alto e melhores oportunidades de comercialização a médio e longo prazo. «Em setembro do ano passado estávamos vendendo 40% da safra de soja. Este ano dá até medo de fazer as contas», analisa. «Mas teremos que encontrar fatores positivos em 2015. Se a China comprou nossa soja a US$ 12 por bushel, porque não comprariam a US$ 9?», indaga.
Esse quadro de margens baixas e maior controle de gastos já chegou aos produtores. Glauber Silveira, presidente da Câmara Setorial da Soja e produtor de Campos de Júlio, no Mato Grosso, relata que hoje já são necessárias cerca de oito aplicações de herbicida para garantir uma saca de soja. «Acredito até que vamos ter renda e o mercado vai subir, mas não tanto. Todos temos que voltar para a casa e rever custos de produção», afirma ele, para quem é preciso trabalhar até com hipótese de redução da área plantada e, se possível, evitar compra de maquinário e terras.
Dirson Freitag, sojicultor de Rio Brilhante, distante 90 quilômetros de Dourados, já colocou na ponta do lápis seus custos e concluiu que terá que ampliar sua produtividade, de 35 sacas por hectare – patamar obtido na safra 2013/14 – para 42 sacas por hectare no ciclo 2014/15, tomando-se por base que o preço da saca de soja que saiu em média por R$ 50 no período anterior e já está cotada a R$ 42 no Mato Grosso do Sul, diz.
«Eu não diminuo área, mas com certeza terei que ser mais preciso e vigilante e não errar no meu planejamento», conta. Já o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Seneri Paludo, é otimista. «É totalmente factível que a gente venda, com janelas de comercialização mais escassas, mais ainda assim teremos rentabilidade», avalia ele.
FONTE: Valor Econômico
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