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10 coisas que os gaúchos fazem quando moram fora do RS

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Há quase três meses, troquei a minha vida tranquila e feliz por uma vida maluca e (ainda mais) feliz em São Paulo. Me despedi da família, dos amigos, do trabalho, do Bom Fim, das bergamotas, dos cacetinhos da padaria, dos guisadinhos da vovó e de uma rotina para enfrentar uma cidade gigante e e uma vida completamente nova.
E se minha mudança foi para São Paulo, a de muitos outros gaúchos pode ter sido para o Rio de Janeiro, Curitiba, Brasília, Belo Horizonte etc. Fato é que, independente da nova cidade, há certas reações e atitudes que unem os gaúchos em suas semelhanças culturais. Aliás, 10 atitudes cômicas que TODOS os gaúchos fazem quando estão fora do Rio Grande do Sul (seja para morar ou para passear). Vamos a elas?
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1) Ventilar de emoção ao deparar-se com uma cuca. Uma CUCA.
É estranho pensar nisso, mas acredite: de Santa Catarina para cima, as cucas não existem. Como um amiguinho imaginário, se você sai do Sul do Brasil e fala sobre cucas, as pessoas te olham como se você fosse louco. “As cucas não existem, não existem não; as cucas só existem na sua imaginação!” Quer dizer, até existem – mas só em lugares muito específicos de culinária alemã ou gaúcha. (Entenderam o desespero que traz a saudade daquela massinha doce, coberta da melhor farofa do mundo? Combinada com NATA? Ou doce de leite? Ou os dois?)
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2) Encarar idas ao Zaffari como um “passeio” (válido para qualquer marca ou estabelecimento gaúcho)
Quando comprou um carro, uma das primeiras coisas que meu namorado disse foi que “agora a gente podia ir no Zaffari*” (moramos longe do único que existe em SP). Todas as amigas da terrinha que encontro por aqui, dizem que sonham em abrir uma filial da Panvel na Av. Paulista e ficarem muito ricas aos custos dos gaúchos. E o xis, como os maravilhosos xises que encontramos em Canoas, Esteio? Não existe nenhum “xis” fora do RS, somente CHEESE, com pão de hamburguer e outros alimentos gourmet. Pra quem vem da cultura do xis-coração-com-maionese-milho-e-ervilha-no-saquinho-plástico-branco, cheese é muito “palha”.

*De fato, fomos lá na semana passada e foi um passeio estilo parque de diversões – com direito a foto e tudo para comprovar.

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3) Descobrir que as pessoas não conhecem mais da metade das expressões que você fala
Como assim só se fala “trinta com cinquenta reais” no Sul? E “me caíram os butiá do bolso”? E o NÉ? (É muito estranho ser a única pessoa na sala que fala e escreve “né”. Néam?)

4) Ser mal compreendido pelo uso da ironia
Antes de eu ir embora do Sul, fui avisada de que as pessoas consideravam os gaúchos um pouco grossos. Mas não pela maneira de tratar os outros, e sim pelo uso intenso do sarcasmo. Gaúcho faz piada com coisa séria e com coisa babaca também – a questão é que a gente faz piada e não ri depois. É, não ri. Fica sério, esperando a risada alheia. “Moço, você vai querer um bombom por apenas R$2?” “Meu cachorro morreu engasgado com um bombom.” (Cara de sério. Aguarda a risada do amigo, que não entende que trata-se de uma piada e acha que você é louco e/ou insensível.) Sofremos da famosa ironia incompreendida.

5) Achar estranho as pessoas entrarem às 9h e saírem às 20h do trabalho
Depois que me mudei para São Paulo, comecei a ter certeza de que morar no RS é como morar na praia. Independente da cidade que você esteja. Cada lugar tem o seu ritmo, mas se você sai de Porto Alegre para uma capital tão grande como São Paulo, o maior choque de realidade é com o ritmo de trabalho. A velha história do “entrar às 9h, sair às 18h” não existe. Cada um faz seu horário maluco, mas tem muita – eu disse MUITA – gente que trabalha 10, 11h por dia e acha normal. Se tem um hábito gaúcho que sempre vou levar comigo, é a busca pela qualidade de vida. Mesmo estando em uma cidade um tanto caótica, os gaúchos sempre vão dar um jeito de ter tempo para si. Seja para um chimarrão, para ler um livro, para ir na academia. Corpo e mente sãos.

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6)Reclamar do RS enquanto vive no RS; levantar a bandeira do RS quando está fora do estado
Basta ter nascido humano para que isso aconteça com você. Tá lá, reclama da violência, do serviço, do transporte público, da falta de opção para sair à noite, da falta de dinheiro. Saiu de lá, sente falta do tempo, de chegar em 15 minutos a qualquer lugar da cidade, de gastar menos de R$ 50 em qualquer restaurante… Reclamar é humano (e não só gaúcho).

7) Buzinar para carros que tenham placa/adesivo/adereço do RS
Assim como no interior, que todos se conhecem e se cumprimentam na rua, quanto mais longe você está do RS, mais “vereador” você vira. Se o carro tem placa do Sul, você buzina na rua e ainda grita um “aêêê”. Se encontra alguém falando “tu” no trabalho, no shopping, no ônibus, já sai perguntando “de onde tu é” e fazendo amizade. É um carnaval só.
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8) Comer ainda mais churrasco que quando vivia no RS
Você fica com saudades da terrinha e passa a descontar isso na carne. E na farofa, na salada de maionese, assim por diante. Isso sem contar que você vai encontrar amigos gaúchos na nova cidade – e, consequentemente, vai celebrar a amizade dos conterrâneos e dos não-conterrâneos com belos micro-eventos regados a churrasco. Pode até ser sem picanha, maminha, mas que vai ter linguiça, pão com alho e cerveja, vai.

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9) Se achar o maior conhecedor de bergamota (ou, como dizem por aí, “mexerica”)
Fato: sempre que se deparar com uma bergamota sendo chamada de “tangerina” ou “mexerica”, você vai olhar com desprezo. Por quê? Porque a berga é a fruta mais tradicional do nosso inverno, e a gente tem que tirar alguma vantagem disso, pô. uUltrapassando as barreiras do fedor (ok, “cheirinho”) em estabelecimentos fechados, ela já virou ferramenta essencial de socialização na escola, no trabalho, no ônibus, etc. Vai me chamar o troço de mexerica, tchê?

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10) Recusar-se a usar a palavra “você”
O sotaque pode até ir se afastando com o tempo, mas por orgulho de suas origens, o “tu” sempre permanecerá.

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