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El Niño chega ao fim e próximo período chuvoso será diferente no Brasil

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Verão poderá ter estiagens no Sul e chuvas mais volumosas na faixa norte

Pryscilla Paiva, editora de Tempo do Canal Rural

O Centro Americano de Meteorologia e Oceanografia (NOAA, em inglês) diminuiu consideravelmente a chance do El Niño continuar nos próximos meses. De pouco mais de 60% no boletim passado, a chance caiu para menos de 50% no documento divulgado nesta quinta, dia 11. Enquanto isso, a possibilidade de neutralidade aumentou de 33% para aproximadamente 50%.

No trimestre de julho a setembro, a chance de neutralidade chega a quase 60%, enquanto que a probabilidade de El Niño diminui para menos de 40%.

A origem da mudança está na temperatura do oceano Pacífico profundo: há alguns meses, áreas entre 100 e 200 metros de profundidade vêm registrando águas mais frias que o normal, e elas avançam para a superfície, enfraquecendo cada vez mais o fenômeno.

Embora o aquecimento do oceano Pacífico esteja terminando, a atmosfera ainda irá demorar para mudar. Perceberemos um padrão típico de El Niño até aproximadamente outubro, com chuva acima da média no Centro e Sul do Brasil — embora a precipitação não aconteça de forma contínua. Isso já foi visto em 2005. Naquele ano, apesar do término de um El Niño ainda no primeiro semestre, seus efeitos foram registrados até o início da primavera.

O próximo período úmido será diferente do último. Com El Niño em curso, a chuva foi mais frequente no Centro e Sul do Brasil, ficando abaixo da média em áreas do Norte e Nordeste. “Em 2020, a chuva será mais intensa e frequente sobre o centro e norte do Brasil, enquanto que a região Sul, sobretudo o Rio Grande do Sul, correrá maior risco de chuva irregular e estiagens regionalizadas”, explica o meteorologista da Somar Celso Oliveira.

Por fim, embora estejamos sob El Niño com temperaturas acima da média, o fenômeno não é capaz de barrar todas as ondas de frio. Tanto que se registrou a menor temperatura em pelo menos três anos no início de julho.

Novas ondas de frio podem aparecer tanto em agosto como em setembro, especialmente na Região Sul. Não são frequentes, mas podem ser intensas. “Acreditamos que a próxima onda de frio não deva ser tão forte quanto a última. Não vamos ter tamanha intensidade frio duradoura quanto esta”, explica Oliveira.

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